quinta-feira, 30 de abril de 2015

Resumo - 12° Palestra

A palestra será ministrada pela professora francesa Anne-Sophie Gosselin, e será apresentada em francês, com tradução simultânea.


Capítulo 12 (Curso de 21 de fevereiro de 1991)

Bourdieu começa apresentando seu curso como uma tentativa um pouco louca de pensar um objeto impensável : o Estado. Também, gostaria de apresentar minha intervenção como uma tentativa um pouco louca de propor uma leitura do pensamento político de Bourdieu confrontando-a à observação empírica, aqui no Ceará e hoje em 2015, ou seja, num contexto histórico, geopolítico e cultural bem diferente daquele que permeia os cursos de Bourdieu no início dos anos 1990 na França. De um lado, esse curso sobre o Estado, sobre a emergência e a constituição do campo do poder, e do outro lado, minhas pesquisas em andamento sobre a dança contemporânea no Ceará. Meu objetivo é demostrar para vocês que, apesar das aparências, é possível estabelecer uma articulação entre o quadro de análise proposto por Bourdieu e meu objeto de estudo basedo sobre a observação da sociedade brasileira atual, articulação que permite a cada um de responder ao outro, iluminá-lo e às vezes questioná-lo. Buscarei valorizar algumas das ideias centrais do curso do 21 de Fevereiro de 1991 adotando uma abordagem de interpretação de dados empíricos a partir dos conceitos chaves do curso, isto é, o capital simbólico e a noção de Nobreza de Estado, o que me levará a refletir sobre a questão da dominação. 

quarta-feira, 29 de abril de 2015

5° Sessão - Palestrantes

Na quinta sessão do III Seminário INTERFACES contaremos com a presença dos professores franceses Anne-Sophie Gosselin, Julien Zeppetella e Daniel Thin. A sessão acontecerá no Auditório do Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB), no dia 07 de Maio, às 14h. As palestras serão apresentadas em francês, com tradução simultânea. 

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sexta-feira, 24 de abril de 2015

Seminário College de France Janeiro 2012 - Trecho 2

Aqui está o vídeo passado na abertura da 2° sessão do Seminário. Confiram:





sexta-feira, 17 de abril de 2015

Errata

O currículo apresentado aqui no blog do Prof. Alberto Dias Gadanha não era do mesmo. Segue as respectivas informações sobre o professor.


Alberto Dias Gadanha

Doutor em Filosofia pelo Programa Integrado de Pós-Graduação em Filosofia - UFPB, UFPE, UFRN. Atua como professor da Universidade Estadual do Ceará - UECE, nos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Filosofia. Leciona as disciplinas de Metodologia e Prática de Ensino em Filosofia I e II no Curso de Licenciatura em Filosofia, História da Filosofia V, Filosofia Social e Política e Filosofia do Direito no Curso de Bacharelado em Filosofia da UECE.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Resumo - 10° Palestra

A palestra será ministrada pelo Prof. Alberto Dias Gadanha.

Capítulo 11 (Curso de 14 de fevereiro de 1991)


Neste curso, Pierre Bourdieu desenvolve cinco tópicos a partir de uma compreensão unificada, o mote de como a onipresença do Estado é aceita como crível. Mote desenvolvido a partir da exposição de expressões fenomenológicas, expressões descritivas de seu conteúdo. No primeiro título a sociologia pode apresentar-se como algo restrito a especialistas e também como algo a ser compreendido por não-iniciados, isto é, como sociologia esotérica/exotérica, e no segundo título, a relação é expressa pelo binômio profissional / profano.  O terceiro e quarto títulos referem-se à relação da exposição da estruturação da ordem social pelo Estado com a transposição da doxa à ortodoxia e o enfrentamento da heterodoxia. Como expressão que aparece só no final do seu discurso, quinto título, a onipresença estatal é referida como a "transmutação do privado em público" - como "o aparecimento do Estado moderno europeu". Reproduzindo o que a sua sociologia já considerou como reprodução, isto é, a ordem social reprodutora de tudo o que muitos denominam Estado e aqui é denominado de doxa, de relação público-privado.  Suas considerações parecem ser mais reminiscências durkheimnianas do que sintetizações weberianas, denominadas a certa altura de sociologia crítica. Não demonstrando aquiescências heterônimas com a doxa sociológica, parecem neste capítulo as confirmações de que o Estado aí está e aí estão igualmente os que se adaptam dominados pela pressões materiais ou espirituais do fato social Estado.

Resumo - 9° Palestra

A palestra será ministrada pela Profa. Kadma Marques.

Capítulo 10 (Curso de 07 de fevereiro de 1991)

Quase dez anos marcam o intervalo de tempo que liga os cursos ministrados por Pierre Bourdieu no Collège de France de 1989/1992, publicados no Brasil em 2012 sob o título Sobre o Estado, e aqueles lecionados entre 1998 e 2000, também lançados postumamente, sob o título Sur Manet: une révolution symbolique. Ao longo deste período, que mudanças sofreram as formulações teóricas de Bourdieu acerca das relações de dominação e da violência simbólica? Em Sobre o Estado, esta forma particular de exercício do poder é abordada como um metacampo ou um campo dos campos. Responsável pela disseminação de princípios de visão e de divisão social, os agentes do Estado agem por meio da instituição de crenças que se corporificam individualmente e coletivamente como categorias mentais (cognitivas e perceptivas). Como então seria possível pensar o Estado sem o recurso a categorias de pensamento geradas pelo próprio Estado? Bourdieu municia a ação do sociólogo que busca dar resposta a esta questão: é na articulação inédita entre tendências objetivistas e subjetivistas, apenas em aparência excludentes, que se conforma um materialismo simbólico capaz de desvelar os modos mais sutis pelos quais o Estado produz “um mundo social ordenado sem necessariamente dar ordens”. E para além do trabalho do sociólogo, por quais vias é possível aos agentes sociais romper o exercício exemplar desta violência simbólica naturalizada por um Estado todo-poderoso? É neste sentido que os conceitos de violência simbólica e revolução simbólica parecem apontar homologias estruturais que atravessam os mais diversos campos de ação social, articulando-se como polos opostos que estruturam a resposta a esta questão. Constituindo o eixo fundamental das reflexões do “último Bourdieu”, o conceito de revolução simbólica presente em Sur Manet assinala uma ruptura radical com a doxa que embasa o exercício de toda violência simbólica. Este tipo particular de ruptura subsidia a compreensão sociológica acerca da dinâmica de mudança social e, neste caso, designa particularmente o teor herético das práticas impressionistas que minaram o exercício da violência simbólica estatal sobre o campo da arte moderna. Deste modo, a adoção desta perspectiva relacional e retrospectiva configurada pela dupla leitura de Sobre o Estado e Sur Manet, constitui-se em estratégia de apropriação que preserva e prolonga o caráter de “teoria em ato” formulada por Bourdieu, dos cursos sobre política estatal àqueles dedicados ao campo artístico. 

terça-feira, 14 de abril de 2015

Resumo - 8° Palestra

A palestra será ministrada pela Profa. Mariana Barreto.

Capítulo 09 (Curso de 31 de janeiro de 1991)

Nesta lição apresentada no dia 31/01/1991, Bourdieu faz críticas aos discursos rigorosos nas ciências sociais, àqueles que criam barreiras ao avanço do conhecimento porque estabelecem conceitos rígidos, pouco flexíveis, ou para pensar nos seus termos, conceitos que se reproduzem, que se apresentam previamente, antes da análise efetiva da realidade. Para a crítica a este procedimento contraproducente nas ciências sociais, ele tomará o exame de dois casos emblemáticos de modernização, Inglaterra e Japão, comumente interpretados como repletos de antinomias, quanto à conservação de tradições culturais, inventadas muitas vezes, nos espaços de uma modernidade racionalizada. A análise do autor, evidentemente, se desdobrará em torno do papel do Estado, na construção das formas de coerção que permitem a unificação destas nações modernas. Para isso, conceitos importantes de sua teoria serão retomados, com especial destaque para os de doxa, dominação e violência simbólicas.

4° Sessão - Palestrantes

No dia 16 de Abril, teremos a 4° sessão do III Seminário INTERFACES, que acontecerá às 14h, no auditório Paulo Petrola , na Reitoria do Campus do Itaperi, UECE, em Fortaleza. Contaremos com a presença dos professores Mariana Barreto, Kadma Marques e Alberto gadanha, com o tema "Produção de Crenças e de Agentes do Estado".


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sexta-feira, 10 de abril de 2015

Seminário College de France Janeiro 2012 - Trecho 1

Aqui está o vídeo passado na abertura da 1° sessão do Seminário. Confiram:



terça-feira, 7 de abril de 2015

Seminário INTERFACES no Jornal O Povo

O Jornal O Povo do dia 01 de Abril publicou sobre o Seminário INTERFACES no caderno Vida & Arte. Na imagem, temos o professor José Vicente Tavares.



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Um Pouco das Palestras - 3° Sessão

Na terceira sessão do seminário, cujo tema foi Gênese e Institucionalização do Estado, contamos com a presença dos professores Roberta Manuela Barros, José Vicente Tavares e Luiz Fábio Silva Paiva.

Roberta Manuela Barros

Na sua intervenção, Manuela Barros enfatizou a importância da reflexão metodológica de Bourdieu no seu projeto de reconstrução da sociogênese do Estado moderno. Lembrando a modéstia como característica importante no trabalho do sociólogo, ela citou Bourdieu: “O grande sociólogo não é aquele que trata dos grandes problemas, mas aquele que converte os pequenos problemas em uma grande reflexão.” É neste sentido que Bourdieu convida a pensar o Estado “pequeno” que se infiltra em nós. Influenciado por Durkheim, Weber, Mannheim e Bachelard, Bourdieu propõe uma concepção da Sociologia como uma ciência do “desvelamento do real”. Diante disto, tratar sociologicamente o Estado, segundo Bourdieu, consiste em “descortinar” a amnésia da gênese da instituição, ou seja, desvelar o arbitrário dos começos. Ao adotar a vigilância epistemológica preconizada por Bachelard, Bourdieu considera a desconfiança sistemática face às adesões (deformações ideológicas) e aderências (mediadoras de prenoções) como uma estratégia imprescindível ao estudo sociológico do Estado.

José Vicente Tavares

Prolongando a apropriação teórica da professora Manuela Barros, José Vicente Tavares iniciou sua palestra ressaltando a tácita aceitação dos “dominados” no exercício da violência simbólica. De fato, esta problemática atravessa toda a obra de Bourdieu, mediante um permanente esforço de superação das oposições entre as dimensões micro e macro da análise sociológica. Tal esforço indica um diálogo implícito com Michel Foucault, apesar de, em seus cursos sobre o Estado, Bourdieu ter ignorado as reflexões deste filósofo acerca da governamentalidade. Por isso, o professor José Vicente alertou que para entender a gênese do Estado, não basta ler Bourdieu. Porém, cabe destacar a contribuição importante do sociólogo que critica Elias e Weber por não terem esclarecido quem são os agentes do Estado que possuem o poder do monopólio. A fim de esclarecer esta questão, Bourdieu define quatro perguntas fundamentais: Quem tem interesse no Estado? Há interesse em universalizar? Quem é o portador desse interesse? Quem detém o monopólio dos monopólios? A imagem do Estado como campo dos campos remete-nos à teoria bourdieusiana dos campos de ação social que, como observou o palesrante, busca reconhecer a pluralidade do mundo social. Mesmo que Bourdieu não cite Alain Tourraine1, a interpretação do conceito de campo em termos de lutas foi certamente inspirada em suas análises. Por fim, o professor José Vicente evocou um terceiro Bourdieu que, na última fase de sua carreira, aproximou-se de certo “utopismo racional”, cuja base se encontra no uso ético de uma sociologia reflexiva, dá mostras de comprometimento com a transformação social.

Luiz Fábio Silva Paiva

Por sua vez, o professor Luiz Fábio Silva chamou a atenção do público para o fato que trabalhar com a sociologia de Bourdieu significa também, em certo momento, ser capaz de deixar Bourdieu de lado. Dito isto, o professor apresentou “Sobre o Estado” como um texto no qual Bourdieu mobiliza seus conceitos teóricos mais para interpretar o Estado, do que para fazer uma reflexão sobre o Estado. A questão central à qual Bourdieu tenta responder é: como é possível que se obedeça ao Estado? A explicação desta aceitação aparentemente dócil encontra-se no conceito de violência simbólica, ligado ao senso prático. Na linha dos escritos de Durkheim, Bourdieu contesta a visão a qual sugere que a coerção seja uma imposição autoritária. Pelo contrário, trata-se de um processo de interiorização da dominação que faz com que não sintamos esta imposição. Portanto, Bourdieu acusa os sociólogos que perdem tempo querendo encontrar as origens da sujeição para chegar à prova final, ao invés de pensar o como se configurou este fenômeno. Bourdieu retoma também a ideia de Marx de uma dominação que não se faz somente pela força, mas que precisa universalizar um ideal de classe convertendo-o em ideal universal. Assumindo uma posição crítica face ao Estado, Bourdieu insiste sobre a necessidade de repensar as dominações a partir do estudo das posições dos indivíduos na sociedade.


1 Alain Touraine, Sociologie de l'action, Paris, Éditions du Seuil, 1965 et Critique de la modernité, Paris, Fayard, 1992. [Obras disponíveis online em francês http://classiques.uqac.ca/contemporains/touraine_alain/touraine_alain.html ]

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Atenção!

Temos recebido dúvidas acerca do período de inscrição. 

As inscrições foram encerradas no dia 18 de março, ao fim da segunda sessão, pois a certificação é entregue conforme o número limite de faltas, no caso, são 2 faltas. Todavia, o pagamento pode ser depositado até hoje, dia 01 de abril, para que a inscrição seja efetivada.

Lembramos que a sessão que acontecerá hoje, 01 de Abril, será às 14h no Auditório Luiz Gonzaga, no Centro de Humanidades da UFC (CH3), ao lado da Reitoria.